Total de visualizações de página

quarta-feira, dezembro 23, 2009

PORQUE APOIO MARINA PARA PRESIDENTE

Em 15 de novembro de 1982 votei em Luiz Inácio Lula da Silva para governador de São Paulo, Lula perdeu a eleição para Franco Montoro. Identifiquei-me com seu discurso e luta, tornei-me um eleitor fisiológico, e assim, exercendo meu direito de cidadão, e de escolher meus representantes nos poderes legalmente constituídos, segui votando nos candidatos que apresentavam propostas éticas, comprometidas com a moralidade na administração pública, no combate a corrupção, no investimento na educação e desvinculados a históricos de improbidade. No pleno exercício deste direito, elegemos Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República. Não posso deixar de reconhecer o avanço que o Brasil conquista no governo Lula, mesmo sabendo que promessas de campanha não foram cumpridas, projetos governamentais não saíram do campo das idéias, o Programa de Aceleração do Crescimento, sofre atrasos. Outros continuam paralisados pelo Tribunal de Contas da União com suspeitas de improbidade e malversação do dinheiro público, práticas que pouco mudaram desde o Brasil República. Seria injusto imputar ao governo Lula a responsabilidade por todas as mazelas acontecidas em seu governo. Reconheço quão difícil é administrar um país com grande extensão territorial e enormes diversidades econômicas e culturais, um Parlamento dominador e dominado pelo fisiologismo, clientelismo e nepotismo, onde alguns parlamentares tratam o país como seu próprio feudo, e seus domicílios eleitorais como capitanias hereditárias. Nas regiões onde exercem seus maiores poderes políticos, dominam corações e mentes como se vivessem no período colonial no início do século XVI. Somos um dos países mais ricos do mundo, portador de riquezas que nos colocaria no grupo das oito nações mais desenvolvidas do planeta. Por que ainda não conquistamos este lugar? Porque sofremos a grave anomalia da corrupção e do clientelismo político, irregularidades que nos projeta ao fundo do poço, nos classifica como país de baixos índices de desenvolvimento humano e perversa distribuição de rendas. Somos o Continente Brasil inserido na América Continental com forte herança e densidade cultural, mas que ainda permanece deitado eternamente, sonhando em berço esplêndido. Apesar de tudo demos um salto no futuro, às vezes saltando no escuro, muitas das vezes navegando com piloto automático, e felizmente na vanguarda de algumas ações positivas -, a melhoria das condições de vida dos trabalhadores, a preservação das liberdades democráticas, o combate e o controle da inflação, o equilíbrio econômico do país, a excelência na produção de petróleo e a previsão das conquistas do pré-sal. O Brasil é um país plural, maior do que todo e qualquer governante, por ser maior, não pode ficar a mercê do sonho de poder de um partido ou de um grande líder popular. O Partido dos Trabalhadores não teve a competência de realizar nossa utopia, mas Lula está completando com méritos duas administrações, mas basta! O sonho acabou “quem não dormiu de sleeping-bag nem sequer sonhou” As declarações do Chefe do Poder Executivo apoiando explicitamente a permanência do senador José Sarney na Presidência do Senado, foram à gota d'água. Lula comprometeu sua metamorfose ambulante, apequenou-se, maculou sua biografia, apoiou um cidadão que está no ocaso da trajetória política, acusado de práticas que caberiam muito mais ao comum José Ribamar Ferreira de Araujo Costa, do que ao ‘incomum’ José Sarney, Presidente Circunstancial do Brasil, no período de 15 de março de 1985 a 15 de março de 1990. Não me senti envergonhado ante os eleitores de oposição ao governo e reconheço erros nas lideranças que ajudei a eleger. Mas senti indignação com a decisão política do Presidente da República ao aliar-se com os senadores, Fernando Collor, Renan Calheiros e Jader Barbalho. A maturidade política e a escola da vida nos permitem ver que, um cidadão ungido pela pureza jamais disputará um cargo público ou privado, a política é visceralmente desassociada da santidade. Mas a utopia continua, hoje vivemos um novo dia, chegou a hora de mudanças e nós podemos mudar pelo voto fazendo assepsia nos partidos, nos libertando do lado cínico deste jogo político, mudando o ar impuro, oxigenando a plenos pulmões e buscando um novo norte. Marina Silva é a perspectiva de uma mulher assumir o poder no Brasil. Marina não personifica a pureza, tem a nossa cara, é humana e vencedora, tem perfil e trajetória, tem ética e tem história.
checked







Nenhum comentário: